Hoje sou eu quem me olha
Vejo e vivo o tempo sem tempo
As horas de outrora
Sem chuvas, sem ventos
Não leio o presente,
O que penso me fita
E eu de mim me ausento.
Tal como fumaça
Não vou à frente de um trem
E revejo os trilhos
Que eu um dia tracei
Não decido voltar,
Meu passado na vida
Foi inferno e altar.
Meu futuro se vai
Sinto em mim o que sou
Fecho os olhos nas curvas,
Sigo em frente nas retas
Nas avessas ou nas luzes,
Vivo a magia dos sonhos
Sou no fundo um poeta.
Ziza Saygli